Uma frase do pensador Juzsef Eorvos serviu-me de mote para esta nota de boas-vindas: “Se soubermos que um obstáculo é intransponível, deixa de ser um obstáculo para se tornar um ponto de partida”.
Há quatro anos atrás, a realização em Canidelo de um evento como o “CALE-se” era um obstáculo intransponível, sobretudo para uma modesta associação cultural como o Cale Estúdio Teatro.
Mas, muitas vezes, a vontade e a coragem falam mais alto do que a razão. E quando sonhamos juntos, o mero sonho que habitualmente experimentamos sozinhos começa a tornar-se realidade.
Foi assim que criámos o festival “CALE-se”. Praticamente sem qualquer tipo de meios de suporte (humanos, financeiros, físicos,…), ousámos ir em frente, porque, tal como disse Theodore Roosevelt, “é muito melhor arriscar coisas grandiosas, mesmo expondo-se à derrota, do que formar fila com os pobres de espírito que vivem na penumbra cinzenta de não conhecer vitória nem derrota”.
Hoje, reconhecido por todos o êxito das edições anteriores, ficamos humildemente satisfeitos da nossa opção. As adversidades continuam, agravadas pelo cenário mundial de crise - que nos “custou” mais uns quantos “não” a pedidos de apoio -, mas um caminho sem obstáculos provavelmente não nos levaria a lado nenhum.
Só o precioso apoio logístico da Câmara de Gaia e da Junta de Freguesia de Canidelo, e os apoios e a colaboração de empresas dos mais variados ramos de actividade, tornam possível a realização deste evento, uma referência nacional ao nível do Teatro não profissional.
A quinta edição do “CALE-se” mantém a aposta num festival único no país, de carácter competitivo e âmbito internacional, de que são exemplo os espectáculos vindos do Luxemburgo (em português) e do Brasil, além de outras excelentes propostas de grupos nacionais, que muito vão dificultar ao júri a atribuição dos “Prémios Cale”.
“Quem perde os seus bens, perde muito; quem perde um amigo, perde mais; mas quem perde a coragem, perde tudo.” Cada obstáculo será sempre para nós um ponto de partida!
Bom festival!
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